A atuação do profissional vai além da palavra “ajuda”
Ajudar a população, com o olhar
sensível e apurado, responsabilidade e profissionalismo são características dos
profissionais do Serviço
Social. O assistente social trabalha com objetivo de orientar as pessoas em
situações de desamparo, promovendo seu bem-estar físico, psicológico e social. A
atuação destes profissionais vai além do combate à desigualdade. É o reforço para
a construção de uma sociedade mais justa e igualitária.
Uma das principais atuações dos assistentes
sociais são em hospitais, mas eles podem trabalhar em órgãos governamentais
e não governamentais, do terceiro setor, como em ONG’s, e na esfera privada. E,
no período da pandemia, onde todos precisaram adaptar sua vida pessoal e
profissional ao novo normal, trabalhar como autônomo foi uma forma de se
reinventar.
A recém-formada Karine Silva, 25,
preparava-se para começar a atuar na área, mas teve os planos profissionais
modificados pela pandemia. Para driblar o período complicado que o mundo está atravessando,
a assistente social criou o instagram @kariassistente.social com dicas úteis
para a população. “Criei uma página no Instagram para compartilhar informações,
criando conteúdos e vídeos sobre diversos assuntos, pois o papel do assistente
social vai muito além da palavra “ajuda”. Às vezes, ao usar o termo “ajuda”, associamos
a função à caridade e nosso trabalho não é caridade. Nós atuamos e contribuímos
para que todos tenham acesso aos seus direitos, que muitas vezes são negados e
negligenciados pela esfera pública. Através do nosso trabalho, as situações são
expostas e tratadas de forma técnica, sem esquecer o lado humano”, revela.
A história do Serviço Social no
Brasil começou na década de 30. O país passava por um período turbulento, com
reivindicações da classe trabalhadora por melhores condições e justiça social.
Desde que foi criada, a profissão passou por adaptações a cada modelo
governamental. Por isso, especializações
e capacitações fazem que os assistentes sociais sejam vistos com outros olhos,
seja nos momentos fáceis ou difíceis.
Agora, na pandemia, muitos
brasileiros estão com dificuldade de acesso a direitos básicos, como saúde, educação
e trabalho. “Podemos ver essa questão no exemplo de estudantes que não fizeram
o Enem por não ter como estudar remotamente ou os doentes que estão sem acesso à
saúde básica em Manaus. É aí que o assistente social precisa estar inserido e
integrado nas diversas esferas, pois é ele quem tenta viabilizar o acesso a
recursos básicos para essas pessoas”, contextualiza a assistente social.
Segundo a pesquisa “Assistentes
Sociais no Brasil”, realizada em 2005 pelo Conselho Federal de Serviço Social
(CFESS), a profissão é composta majoritariamente por mulheres. O estudo
confirma a tendência de inserção do Serviço Social de natureza pública. A
saúde, a assistência social e a previdência social são as áreas que mais
empregam profissionais deste segmento.
Atualmente, no país, existem
aproximadamente 190 mil profissionais registrados nos 27 Conselhos Regionais de
Serviço Social (CRESS). O amor pela profissão e a vontade de ajudar a população
faz com que pessoas, formadas em outras áreas profissionais, migrem para o
Serviço Social e realizem sonhos pessoais e profissionais.
A graduada em História
e mestre em Estudos de Cultura e Território, Maria Leal, sempre teve o desejo
de fazer uma graduação em Serviço Social. Ingressou na nova graduação e se
descobriu. “Tenho muitas expectativas com o curso. Ainda estou no terceiro
semestre e vem muita coisa pela frente. Com a situação da pandemia, tudo ficou
complicado, mas penso que, quem sabe no futuro, a gente tenha um país mais
voltado para a solução destas questões sociais”, diz.
Na cidade onde mora, em
Araguiana, estado do Tocantins, a estudante foi uma das primeiras pessoas a ter
a suspeita de Covid-19, e lembra do desempenho dos assistentes sociais no
combate à pandemia. “Fui a segunda pessoa na minha cidade a ter suspeita de
contaminação pelo vírus. Então, uma assistente social ligava para saber como
estava, para conversar e isso fez com que eu não me sentisse tão isolada, tão
sozinha”.
O Serviço Social abre espaço para
conduzir as pessoas que estão em situação de vulnerabilidade a novas portas. Na pandemia, os assistentes sociais estão
trabalhando para garantir direitos para pacientes e familiares. “Eu sei que não
é um trabalho fácil, é árduo e nem sempre valorizado como deveria. Mas a
expectativa de que você possa estar atuando para melhorar a vida das pessoas,
mesmo que não seja de uma hora para outra, já é algo significativo”, conclui a
estudante.
O Serviço Social na prática
Se você pensa em optar por
Serviço Social terá que se dedicar a uma graduação que dura, em média, quatro
anos. O curso o habilitará para diversas prestações de serviço à sociedade,
como: elaborar e implementar programas de bolsa de estudo
e auxílio financeiro, assim como selecionar os estudantes que receberão o
benefício; coordenar programas que discutem temas relevantes na área de saúde,
lazer e segurança no trabalho; orientar comunidades e trabalhadores a respeito
dos programas sociais implementados, informando-os sobre as políticas públicas,
direitos sociais e trabalhistas; criar projetos para a garantia de direitos de
crianças e jovens em situação de vulnerabilidade social; garantir que a
população tenha acesso a informações e ações educativas.
Fonte: Larissa
Mesquita – Agência Educa Mais Brasil