Área, por exemplo, não é restrita ao universo feminino
Por mais que ainda exista
o estereótipo de que o trabalho exercido por profissionais de secretariado seja
o de mulheres que passam o dia atendendo telefones, fazendo anotações e
servindo cafezinhos aos chefes, a profissão passa muito longe disso, além do fato
de não ser exclusiva ao feminino. Embora em menor número, os homens estão
inseridos na área e também lutam para quebrar estigmas que a sociedade atribui
à profissão.
“Infelizmente, ainda tentam estereotipar a nossa profissão. Tudo
por conta do machismo existente na sociedade, que faz com que ainda existam
piadas do tipo ‘a secretária amante do chefe’. Sempre tentando inferiorizar a
mulher e seu papel profissional”, comenta Anderson Miranda, 26 anos, formado no
curso de Secretariado Executivo pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). Ele, inclusive, acha
bastante positivo que as mulheres sejam a maioria na área. “Mostra que as
mulheres estão ocupando espaço no mercado de trabalho”, opina Anderson.
Único homem da sua turma,
o secretário Anderson não sentiu preconceito das colegas do curso, iniciado em
2014 e concluído no ano passado. “As meninas sempre foram muito receptivas e me
apoiaram. Eu sentia um pouco de julgamento quando eu contava para pessoas de
fora da universidade. Fiz algumas seletivas e também não sentia que ali havia
algum julgamento, apesar de que ainda vejo vagas de emprego em que optam
somente pelo sexo feminino”, conta.
A vontade de ingressar na
faculdade de Secretariado Executivo se deu justamente pelo curso ser aberto a
qualquer pessoa e pela grade curricular ofertar uma infinidade de disciplinas
que unem dois de seus maiores interesses profissionais: administração e idiomas.
“Na graduação, logo de início temos matérias de introdução à
Administração, língua portuguesa e idiomas, que na UFBA são inglês e espanhol. Isso
dá uma ideia geral de como vai ser o decorrer do curso. As disciplinas focam
muito na boa comunicação e assessoramento, duas das principais atribuições da
profissão. Muita gente não sabe, mas pegamos matéria sobre Relações Públicas, Economia, Psicologia e
também uma matéria de teatro que trabalha a nossa dicção”, explica o
profissional.
Em relação ao dia 30 de
setembro em que anualmente se comemora a profissão, regulamentada desde 1985, a
data se baseia na defesa pelos direitos da categoria, além de reforçar o
caráter plural da profissão. “Eu acredito que a existência dessa data é
importante, pois ajuda no reconhecimento da profissão, de sua importância. Além
de ajudar na popularização, tendo em vista que muita gente nem sabe o que faz a
pessoa formada em secretariado executivo”, conclui Anderson.
Fonte: Roberto Paim – Agência Educa Mais Brasil