Medidas como
conscientização da comunidade escolar e adequação das unidades estão entre as
ações
Desde que as aulas presenciais em
instituições de ensino foram suspensas em meados de março, devido à pandemia de
Covid-19, os estabelecimentos de ensino tiveram que aderir a vários “novos
normais”, como as aulas remotas. Embora alguns estados já tenham iniciado, nas
últimas semanas, a flexibilização de diversas atividades comerciais, as aulas
presenciais permanecem sem uma definição mais clara de retorno. Até o momento,
somente o Amazonas e o Maranhão retomaram as atividades escolares, conforme
aponta o monitoramento diário da Federação Nacional de Escolas Particulares
(FENEP).
Se para algumas instituições
particulares, as aulas EAD estejam sendo melhor absorvidas, apontando aí até
possibilidades de um ensino híbrido – mesclando presencial com on-line –, para
outras, o modelo não alcança determinados perfis de alunos – aqueles com pouca
desenvoltura para o ambiente digital – ou de cursos com direcionamento mais
técnico ou prático. Como é o caso do Esfera Formação Profissional, em Duque de Caxias (RJ), que
oferece ensino técnico e Educação de Jovens e Adultos
(EJA), ou supletivo como é conhecido.
Para o diretor da instituição, Júlio
César Rocha, que defende o retorno das aulas presenciais, a paralisação
prolongada prejudica ainda mais a dinâmica de formações que requerem a
realização de atividades em sala de aula. “O sujeito que precisa aprender a
limpar um ar-condicionado, a fazer uma instalação de um medidor, a fazer uma
aferição de motor. Ele vai aprender isso com vídeo ou dentro da oficina? É
evidente que dentro da oficina”, argumenta.
Por se tratar de alunos adultos, a
retomada das atividades presenciais, na avaliação do diretor, já é viável. “O
adulto já é mais autônomo em suas iniciativas. O adulto, por si só, já busca
praticar o protocolo em restaurantes, na academia, na igreja. O adulto é outra
história. Ele tem uma condição melhor em se adequar às necessidades do
ambiente”, opina Júlio.
Desde março, a unidade tem se
preparado para o retorno das aulas, quando achava que era algo que aconteceria
com brevidade. Seguindo os protocolos de biossegurança, como uso de máscara,
instalação de suporte com álcool em gel pela unidade, higienização e
dedetização com frequência, orientação para o distanciamento entre alunos e
funcionários dentro da instituição, Júlio acredita que o estabelecimento já tem
plenas condições para a retomada. “Está tudo pronto. É uma questão apenas de
últimos ajustes”, conclui ele.
Momento é de espera, mas também de tranquilidade
Com mais de 65 anos de tradição, o Colégio Batista Americano, em Volta Redonda (RJ), vive o
momento de expectativa com serenidade, seja para a manutenção por mais algum
tempo das aulas remotas ou para um possível retorno das aulas presenciais.
“Nós temos pensando que esse retorno
seja em um momento essencial e não somente importante. Porque a pandemia só
reforçou para nós que a vida deve ser cercada de algo que é essencial. E o que
é essencial passou a ser vital nesse momento, mas o que é importante nem sempre
é o que vai perdurar para a vida toda. Nós temos um princípio que norteia a
escola que é o amor a Deus e ao próximo”, comenta a pedagoga Roberta Barros, Diretora-geral da
instituição há seis anos.
Atendendo a mais de 500 alunos, da
creche ao pós-médio, com ensino técnico e formação de professores, a
instituição há alguns meses tem investido em duas frentes no que diz respeito
ao combate ao coronavírus: trabalho de conscientização de toda a comunidade
escolar e a adequação técnica da estrutura física, seguindo todos os protocolos
de saúde. Uma das filosofias centrais do colégio é a valorização da vida.
Na unidade, há uma profissional de
saúde dedicada a realizar o trabalho de orientação, além de conferir toda a
readequação para as normas sanitárias recomendadas na pandemia. Para um
possível futuro retorno, a diretora reforça que será um feito de maneira
consciente, segura, ajustada e em momento que seja essencial.
Além da profissional de saúde, a
escola adaptou um protocolo personalizado. As salas estão sendo arejadas, o
sistema de entrada foi ampliado em um conceito mais aberto para evitar
aglomeração. Termômetro, tapetes com sistema sanitário e a sinalização no
interior da escola também foram outras medidas adotadas.
“Tudo isso com a inclusão de toda a
comunidade escolar. Do porteiro, passando pelo professor até os pais. Eu tenho
que trazer esse pai para participar porque ele precisa entender como as
crianças deverão ser trazidas para a escola. Sem febre, por exemplo. São os
pais que devem primeiro fazem essa observação da saúde dos filhos”, conclui a
diretora Roberta.
Fonte: Agência Educa Mais Brasil