Objetivo é
fazer com que políticas públicas no
setor sejam subsidiadas
Entre os professores que dão aulas de
inglês nas escolas públicas brasileiras,
cerca de 55% não têm formação específica no idioma para lecionar a disciplina. Quando
perguntados a respeito do material didático utilizado nas aulas, 81% reclamam
da falta ou da inadequação. Os números foram divulgados nesta quarta-feira, 02,
pelo Observatório para o Ensino da Língua Inglesa no Brasil, da British Council, organização
internacional do Reino Unido.
Este é o primeiro estudo lançado pela
British Council no Brasil. A organização atua com o objetivo de reunir dados e
evidências para subsidiar políticas públicas e tomadas de decisão no setor. Para
isso, realiza a cooperação com países parceiros em áreas como educação, artes e
sociedade.
O Observatório da British mostra que 65%
dos professores de inglês também são responsáveis por lecionar outras
disciplinas nas escolas, além de que 70% são responsáveis por mais de seis
turmas por semana. Mesmo com o volume de trabalho, 55% buscam capacitações
periódicas ligadas ao ensino do idioma. A estrutura, ou melhor, a falta dela,
também foi tema de análise. Metade dos alunos, por exemplo, diz que se motiva
por acesso a músicas em inglês, mas isso está presente apenas em 15% das salas
de aula.
Em entrevista à Agência Brasil, a gerente sênior de inglês do
British Council, Cintia Toth Gonçalves, avaliou que o ensino de qualidade nas
escolas públicas depende, entre outros fatores, diretamente com uma boa
formação dos docentes. “Não tem uma política muito clara para formação de professores
[de inglês]. Não tem ações específicas, uma política de formação continuada.
Isso recai muito mais sobre o professor, que tem que abrir mão do tempo livre,
porque muitas vezes não liberam para formações”, diz.
O
Observatório para o Ensino da Língua Inglesa no Brasil faz parte do programa
Skills for Prosperity (Habilidades para Prosperidade, em tradução
livre) lançado no Brasil também nesta quarta-feira, que visa aprimorar o
ensino de inglês em países em desenvolvimento. Além do Brasil, fazem parte do
programa México, Egito, Nigéria, Quênia, África do Sul, Filipinas, Malásia e
Indonésia.
*Com
informações da Agência Brasil