Neste Dia Nacional do
Livro, leitores relembram experiências prazerosas vividas com a família
“Meu pai é professor de
Matemática e tinha uma biblioteca em casa. Colecionava livros de literatura,
revistas e enciclopédias. Tinha um tapete que eu gostava de brincar de carrinho
que ficava na biblioteca do meu pai, onde eu costumava brincar e ficar
admirando os livros”. A lembrança descrita por Saulo Dourado, 31, escritor e
professor de Filosofia,
é uma memória afetiva que veio a partir dos momentos prazerosos de contato com
os livros ainda na infância.
Nascido em Irecê, interior da
Bahia, o escritor Saulo enxerga nos livros uma marca permanente na relação de
afeto entre pais e filhos. “Aquele contato, aquele calor de uma presença
contando história vai ser uma marca duradora do que significa estar em contato
com o livro. Como autor, busco cumprir esse papel”, opina.
Quando o objetivo da brincadeira
é despertar no indivíduo o gosto pela leitura, o lúdico é uma forma
interessante para atrair a atenção dos pequenos. Assim foi com a poetisa
Palmira Heine, que lembra dos saraus realizados no quintal de sua casa, onde
brincava com os irmãos. “Meu pai pegava poemas e fazia com que meus irmãos
recitassem e eu, como era menor, ficava olhando com vontade de aprender a
recitar. Tudo aquilo parecia mágica e, assim, ia me satisfazendo com aquilo”,
conta Heine, que atualmente tem mais de 10 livros publicados.
Quem também traz consigo boas
lembranças da infância entre os livros é a relações-públicas
Gabriele Silva, que iniciou o hábito da leitura a partir do incentivo de uma
vizinha. “Quando eu era pequena, uma vizinha me emprestou um livro.
Inicialmente, ela foi minha maior incentivadora e me emprestava diversos
livrinhos”, relembra.
As memórias afetivas são
lembranças armazenadas no inconsciente formadas a partir de momentos de atenção
e satisfação a determinada experiência. Normalmente, são desenvolvidas a partir
de uma percepção sensorial como som, odor ou cor, desde que estejam ligadas a
um momento afetivo marcante para o indivíduo.
Dentre os diversos estímulos à
memória afetiva, a leitura está presente na vida de 56% dos brasileiros,
segundo pesquisa do Instituto Pró-Livro (IPL). No Dia Nacional do Livro,
comemorado anualmente em 29 de outubro, a data chama a atenção para a
importância da leitura.
O contato com livros pode ser
feito em qualquer fase da vida, contudo, quando estimulado desde a infância tem
maiores chances de tonar-se um hábito. Ler traz benefícios para toda a vida do
indivíduo, como desenvoltura na fala, escrita, ampliação do vocabulário e
compreensão e interpretação de texto.
Média de leitura no Brasil
O brasileiro lê, em média, cinco
livros por ano, segundo a pesquisa Retratos da Leitura no Brasil. Destes, a Bíblia é apontada como o tipo de livro mais
lido pelos entrevistados e, também, como o mais marcante.
Segundo a pesquisa, 5% dos
leitores disseram que não leram mais porque acham os livros caros. Um dos
fatores que influenciam a leitura, de acordo com o estudo, é o incentivo de
outras pessoas. Ainda conforme a pesquisa, um a cada três entrevistados, o
equivalente a 34%, disse que alguém o estimulou a gostar de ler.
Fonte: Agência Educa Mais Brasil