Além de ser gratificante, oferecer ajuda ao próximo pode mudar o destino de uma pessoa. Quando o assunto é amamentação, a doação de leite materno, mesmo sendo um gesto simples, não só auxilia no desenvolvimento dos bebês, mas também traz, para as doadoras, o sentimento único de fazer a diferença na vida de tantas crianças internadas em unidades de saúde da rede estadual.
Movida pela vontade de não desperdiçar o leite que tinha, Clívia foi impulsionada naturalmente a doar e reflete sobre a importância do ato. “Eu me imaginei tendo um filho prematuro e me imaginei não tendo leite, sem ter como amamentar. Se eu tenho, se meu filho está satisfeito e o leite está sobrando, por que não ajudar?”
A Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (Utin) do HGCC recebe, em média, 200 bebês mensalmente. O leite materno doado é essencial para a alimentação dos recém-nascidos. “É acima de tudo um ato de generosidade. E é de extrema importância para os bancos de leite, que dão suporte nutricional para as unidades de cuidados intensivos neonatais. No banco de leite humano, o leite doado passa por um processo de pasteurização e é fornecido como dieta para os recém-nascidos impossibilitados de mamar no seio materno ou para aqueles cujas mães não podem ofertar o próprio leite”, explica Ana Daniele Andrade Vitoriano, chefe do Centro de Neonatologia do HGCC.
Com o leite doado, os bebês têm a chance de se desenvolver mais rapidamente e com saúde, ficando protegidos de infecções, diarreias e alergias, por exemplo. “Os recém-nascidos que recebem o leite vão ter acesso a todos os nutrientes e benefícios. É o alimento completo”, destaca Rejane Santana, coordenadora do banco de leite do HGCC.
De acordo com o Ministério da Saúde (MS), toda quantidade de leite doada é importante. Para se ter uma ideia, um litro de leite materno doado chega a alimentar, por dia, até 10 bebês. Anualmente, aproximadamente 150 mil litros de leite materno humano são coletados, processados e destinados a bebês de baixo peso, bem como prematuros extremos internados em unidades neonatais em todo o Brasil.
Como mãe e doadora, Clívia Pinheiro deixa uma mensagem para outras mulheres. “Eu aconselho outros mães a doar também. Que pensem em outras mães, na aflição daquelas que não podem alimentar. Que pensem, também, nas crianças. Não achem que o leite vai acabar. A ordenha estimula a produção. O nosso filho fica alimentado e alimentamos outros filhos”, finaliza.
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Assessoria de Comunicação do HGCC